terça-feira, 31 de março de 2009

Horizonte distante


“Do leme ao pontal / Não há nada igual... / Sem contar com calabouço, flamengo, botafogo, / Urca, praia vermelha.”

Quando vai chegando esse verão brasileiro, que realmente é notado pela intensidade do calor, a vermelhidão que aparece no corpo (para os branquinhos como eu, é claro) e o excessivo suor. Esse ultimo, fornece um pouco de nojo, mas esta ali. Além disso, surgem outras mudanças radicais, como a barriga de cerveja, vodca ou qualquer outro álcool para apagar o fogo humano, ou, em certas situações, para literalmente aumentar o fogo. Mas não gostaria de entrar em mérito de beleza estética, corporal, humana e tudo o que diz respeito a padrão de beleza (até pelo fato de ser totalmente contra o padrão estético brasileiro) . Eu prefiro falar sobre como a cidade fica vazia, sem atrações (dependendo da cidade) e etc, também sobre, depois que você vê que esta vazio, o melhor a fazer, realmente é procurar um destino.

Começamos que, quando se te um circulo de amigos ligeiramente pequeno, digamos seis integrantes, e cada um sai para um lugar, não existe nada para se fazer a não ser ficar jogado as traças em casa, se passa por todos os canais de filmes na televisão por assinatura, ou então você começa a ver desenhos animados sem nexo. Leitura já não cola tanto, porque você leu uma lista interminável de livros, todos os filmes da locadora já passaram pelo seu DVD. E não existe água que hidrate, ar condicionado (sem hífen, novas regras da gramática) que gele e cama que agüente o corpo jogado vinte e quatro horas por dia. O resultado disso é uma vida social caótica, mas não há problema que não exista solução. Viaje!

Nesse Brasil gigantesco, feito de varias raças, povos, culturas, uma diversidade sem limites, onde nem o céu é o limite para festas e bagunças. Começando pela bagunça aeroportuária. Aquelas horas básicas perdidas, e as vezes, vôos com horários dramáticos que, chegam a ser engraçados, em pensar em pegar um vôo as três da manha, ou então ir embora de um lugar as cinco da matina. Ver o sol nascer nas nuvens... Para alguns, um sonho! Mas chegar ao seu destino é uma dádiva, principalmente se você for para a praia, onde batalhará com todas as suas forças e até os últimos segundos do segundo tempo por um centímetro quadrado na beira mar. Destinos mais procurados, toda a Bahia, o Ceará, Lençóis Maranhenses, Rio de Janeiro. E em qualquer canto desse Brasil você batalhara pelos mesmos motivos, sem duvidas.

Outro ponto é, se você não vai viajar, resolve ficar na sua cidade, dando dois exemplos opostos. Moramos numa cidade grande, pegamos de jeito São Paulo, você não tem suas companhias lá, não te restara amizades, mas terá grandes atrações, como por exemplo encher o dia de arte indo a Pinacoteca, no Museu da Língua Portuguesa, passeando pelo Ibirapuera e etc, passando pelas peças teatrais variadas, de drama a comedia, de romance a suspense. Ou então gastar horas em salas de cinema, passando algum friozinho por conta do ar gélido do climatizador. Poderá desfrutar dos Shoppings vazios, que é uma ótima pedida ainda mais em São Paulo, sem filas para qualquer coisa, até porque em fevereiro, Carnaval, não há extremo movimento lá. Agora o outro exemplo, fantasiemos que moramos em uma cidade pequena, de noventa mil habitantes (que é o meu real caso) onde, todo mundo em pleno janeiro se esvai do local, correm para as praias , e a cidade que já era pequena, vir velho oeste, onde o vento sopra e dá eco. Onde não se encontra uma viva alma perambulando pelas ruas, e se encontra, são aqueles mitos que cidades pequenas possuem.

Sendo assim, não perca seu precioso tempo hesitando viajar para ficar em casa aproveitando o marasmo, bebendo água com varias pedras de gelo para evitar o excessivo calor. Ao invés de aproveitar aquela praia, ver os famosos barracos por areia, desfrutar das crianças correndo e gritando, jogando areia para cima com as pazinhas de brincar, e ver o pôr-do-sol em grande estilo, aproveitar a noite, não se preocupar com o trabalho ou o inicio das aulas, e esquecer a rotina. Viajar ainda é uma opção no Brasil para grandes investimentos e deleite para alguns. Antes viajar e sair da cidade, do que chafurdar a cabeça no travesseiro, comprar rede e coqueiros, e ficar na beira da piscina pensando que é praia, vamos lá, gaste um pouco mais para o seu prazer, porque o seu dinheiro também é o prazer dos outros.

terça-feira, 10 de março de 2009



E se o amor não fosse suficiente para a minha vida? Onde estariam os amantes latinos de quem tanto sabemos que existem? Talvez eu tenha me perdido em um grande lago azul, olhos azuis, pretos, verdes, tanto faz se são claros ou escuros. Apaixonei-me por eles, cai em tentação e naveguei ate os grandes mares para conquistá-los. Mãos perdidas, em um horizonte sem fim, em uma imensidão sem luz e o milagre desaparece diante dos olhos desesperados. Olhos famintos de paixão, fervor. Tempo que nos carrega para longe, muito mais distante que uma pobre cabeça pode pensar em querer estar.
Amores dissolvidos em água, uns cortados em pequenos pedaços por não darem certo no momento errado. Outros que não se encontram e vão embora, nunca mais se vêem, esquecem que existem. Amores interplanetários, amores sexuais, amores carnais. Apenas todos são amores, que vivem, relutam por algo a mais. Por um espaço inconseqüente, algo onipotente, estão livres para voar, com medo de caírem em mãos alheias, mas estão andando. Mesmo perdendo esperanças, chorando rios de sangue, andando por caminhos obcuros, transcendental, imaginário e desejável.
Fugiram nos enganos da vida, nos problemas de um fim sem sentido, de um dia chuvoso. Não estão navegando no mesmo barco, andando por entre as arvores verdes. Pessoas intervieram nesse meio, como a escravidão antepassada, como os imigrantes que deixaram suas terras. Invasores de corações alheios, destruidores de substancias, não acreditava em seu próprio caminho, intervieram nas casas dos outros.
Espero que o meu coração esteja cheio, esperando por algo, ou alguém o que o faça sentir-se explodindo, de uma fragrância desconhecida, um gosto diferente, um sabor relativamente de rosas. Quero morrer ao seu lado, gastar meu tempo colhendo flores nos gigantes campos verdes, correr para perder o fôlego, e recuperar ele em suas palavras. Quero um romance de cinema, um filme totalmente preto e branco, onde somente as cores nós podemos enxergar. I wish you were here!