domingo, 22 de novembro de 2009

Amor, meu grande amor, não chegue na hora marcada.





Porque você demora tanto para perceber o que você é ou o que você tem? Sempre naquela mesma teoria de que você é vazia, nula para o mundo, vaga. A baixa auto estima é um tanto quanto ridícula, por não ter quase nada nesse compartimento. Ei garota, recomponha-se! Nesses dias quando não há mais nada ligado entre você e qualquer semblante que algum dia já tenha se encostado à sua face, vagar sem algumas preocupações é como sentir as costas sem peso. Mas no fundo você ainda quer saber dele. Tente não se preocupar com o que não bate a sua porta. Recomponha-se no sentido de: não morra na praia porque nesse exato período parece que a vida acabou. Você já viveu sem isso antes. Sei como dói no fundo do corpo essa ausência, essa coisa de “ter” e não ser seu.


Você o ama tanto? Não seja tola de não poder seguir sozinha, achando que a única salvação seja aquele corpo. Ele não vai respirar por você. Talvez lhe dará breves momentos de felicidade, de prazer, de amizade, jurando ser (quem sabe) eterna. Mas na priori de tudo, seus olhos se encherão de lágrimas tristes, frias e salgadas. No seu mais tardar, parecerá que estão rasgando seu peito e arrancando seu coração. Latejará por dias, semanas, meses até o dia em que não haverá mais nada que o atormente sobre aquilo. Irá doer até o momento em que essa dor não machuque mais e você já superou aquilo. Nunca irá superar por completo, esses furos de romance sempre ficam lá, pois i ser humano é fraco ao tentar combater o coração. Você pode até continuar tendo o carinho pela pessoa, preocupar-se, querer estar lá, mas isso é verdadeiro? Quero dizer, você sente tudo isso, deseja tudo isso, mas você realmente acha que isso é importante? Ele pode ser um nada e você só o deseja porque ele esta lá e é bonito de corpo.


Você é o que? As luzes e raios de sol? Você acha que talvez seja os olhos da esperança? Então é isso o que você é. Não seja aquilo que eles a compram, aquilo que eles querem/almejam/desejam/anseiam por você ser. Quer ser a sofredora nata, de coração estatelado? Ótimo seja isso que a sua mente cria. Será doloroso choramingar todo o santo dia, porém foi o que você quis. Não estou dizendo que é para você ser isso, apenas digo que, se você desejar, ainda pode mudar a face, o corpo, a mente, abrir o coração, e ser um outro alguém melhor dentro de você mesmo. Não perca a essência meu bem. Não se perca meu amor. Não se transforme em algo inenarrável.


Tenho tanto guardado aqui, gritando, chorando, sangrando. Tenho tanta vontade de colocar para fora, mas é tão ruim jogar essa dor para o possível culpado. Queria tanto estar, tanto amar, tanto ser amada. Mas a princípio não sou foco. Sou o que você talvez chame de segunda opção, carta marcada de segunda mão, um jogo, um prazer momentâneo. E o que se espera de alguém assim, de segunda visão? Espera-se que vá embora, que nunca mais volte, que abra os olhos e veja o que você é para o alheio. Você sabe de tudo isso, todavia seu coração amável lhe odeia tanto que, na hora do sufoco do próximo, você o ajuda. Você esquece o que você á para ele, só pensando na indecisão do outro. Não há raiva dentro de ti. Você se esforça ao máximo para ajudá-lo, e depois? Depois você segue sendo a segunda, terceira, seja o numeral que for.


Necessita-se de mais atitude para brigar e reclamar do que fazem de/por você. Grite por não ser um foco. Isso é desculpa para lhe jogar para segundo tempo. Se ama e gosta não há foco, descuido, tempo que seja perigoso, há amor e uma razão de que, hoje não dará para sair, tenho que estudar, amanhã sairemos. Agora de que você não é atual foco, meu bem, você nunca será o foco. Doa a quem doer, não se ama de um minuto programado até outro certo minuto. Não há números, dias e rotina ou cronograma. Iludir-se de que “em um mês iremos ter algo.” Ou “em um mês eu irei te amar.”, esqueça ou apague o amar, em um mês você irá chorar, irá falar que esta ardendo tanto dentro de você, que parece ser uma faca. O tempo irá curar, ajudar a sanar a dor e aquilo se esvairá, tornando-te a pensar – raios como eu chorei por algo que era previsto, estúpida – deu, passou a dor, há somente lembrança. O tempo não existe!


quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Não me venha com a dor de não ter sido o meu presente!





Eu não sei se você sabe, mas quando chega uma fase em que parece que nada conspira com você, nada esta a seu favor. Essas fases destroem o ser humano, arrancam pedacinhos lentos e mortais. Armas letais para o individuo que dele se apropriam. Nessas horas, dessas fases, eu tento me lembrar das épocas em que eu tinha mais sentimento interessante dentro de mim, que eu era mais humana, mas feliz, mais viva. De tantas as dificuldades que já me encontrei nessa minha pouca idade, não sei mais como eu estou viva, ou então, a forma que eu consigo me recuperar. Já pensei em desistir do que meu já é, só para não me perder na vida de desgosto. Já pensei em continuar para me auto afirmar, mas estou aqui porque ainda não encontrei nenhuma razão melhor para fazer algo diferente. Eu desejo infinitamente voltar para a casa dos meus pais, porque eu já não me agüento mais aqui, a minha pressão, a minha própria pessoa, porque tudo dentro de mim dói.



Tenho medo de cara lavada, de noites mal dormidas, de escuro total, de penumbra. Tenho medo de dias muito quentes, de arvores sem folhas, de ventos muito fortes e de barulhos estranhos. Abraça-me assim que possível. Tenho pavor de olhos caídos de ódio, de rostos penosos, de corpos machucados e mãos fracas. Tenho medo da vida que ainda não vivi, do tempo que ainda vem, dos amores que não se transformaram e das dores que ainda sentirei. Não suporto o som do vazio, o espaço entre dois corpos, a frieza da pele e o sentimento jamais trocado. Detesto a falta de compreensão, a ausência das palavras, a falta de consideração e o esperar do que prometeram. Não prometa o que não vais cumprir. Tenho medo do tempo, do que não cura, do que não adverte e do que não previne. Tenho medo do altruísmo completo, da decência efusiva, da efusiva dor de não ser o que é. Tenho receio de quem me compromete, de quem já não foi por medo, de quem se privou, de quem não sofreu e de quem calou e consentiu. Seja o que for, seja com o coração (seja sincero). Tenho temor de pernas que não ajudam, do sentimento que não colabora, do andar espevitado, do olhar traidor e do dia que não acaba. Tenho medo de estar sozinha nessas chuvas, de estar esperando por algo que já se foi, do tempo que não se esforça, do que não vejo, do que não sinto, do que não mexo. Tenho medo da falta de amor, da falta de esperança, da falta de fé, da falta de entendimento. Detesto ter que falar por pressão, a não iniciativa, a não colaboração, a não reciprocidade que era para ter.


Eu estou vagando por aqui, ali, lá longe, nas pedras que já não separam mais nada entre o chão e o mar. Eu sou o final do horizonte que nunca se enxerga, mas sempre se vê e ou imagina ele. Eu sou o que sinto, o que bebo, o que como, o que me transformo. Sou a incerteza de quem nunca tentou, a dor de quem já sofreu, a beleza de quem amou, os minutos de quem se entregou, e as palavras de quem não pronunciou. Eu estou escondida em cada gota de esperança, em cada grão de novos planos, em cada traço de futuro, em sentenças sem fundamento, em explicações embasadas na ilusão, em casos de amores únicos, em corações quebrados, em sangue derramado. Sou a dissolução de dor e espera, de amor e indiferença, de caminhar e não querer ir, de ter e querer, de ser e imaginar, de discernir e se atirar. Não sei ser a fórmula certa, a cura do machucado, o milagre dos cegos, o que desejam de mim, e o que me forçam a ser, o que me imaginam e o que tentam me construir, não sei ser a mentira. Estou na forma de dor, de probabilidade, de perspectiva, de visão, de futuro, de objetivo, de linha tracejada. Eu vou ir embora se o tempo deixar.


Não quero que sintas pena de mim, eu sou isso o que vês e não o que queres. De transformações eu sou uma mutante desdenhada. Não tenho linhas, limites. Não sou o que pode ser, sou o que eu quero e desenvolvo-me com as minhas dificuldades. Por mais de ser, eu sou humana, e a tua falta ou as tuas promessas não vão mudar a minha vida. Não mais, não vou cair nas tuas bobagens, cansei de ser o que os outros desejam. Não vou ficar aqui parada. E o tempo agora vai me ajudar. Pode tentar me esquecer, mas a impossibilidade será a companheira mais fiel que terás. Apagar-me da tua mente será impossível.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Cansei...





Meu Deus, me dê a coragem


Meu Deus, me dê a coragem de viver trezentos e sessenta e cinco dias e noites, todos vazios de Tua presença. Me dê a coragem de considerar esse vazio como uma plenitude. Faça com que eu seja a Tua amante humilde, entrelaçada a Ti em êxtase. Faça com que eu possa falar com este vazio tremendo e receber como resposta o amor materno que nutre e embala. Faça com que eu tenha a coragem de Te amar, sem odiar as Tuas ofensas à minha alma e ao meu corpo. Faça com que a solidão não me destrua. Faça com que minha solidão me sirva de companhia. Faça com que eu tenha a coragem de me enfrentar. Faça com que eu saiba ficar com o nada e mesmo assim me sentir como se estivesse plena de tudo. Receba em teus braços meu pecado de pensar.


Cansei quero só paz no meu coração, e uma praia pra descansar!