quinta-feira, 30 de abril de 2009

Ah, mas eu te quero tanto!




Você tem que começar a parar com isso! Parar de falar comigo, de me incomodar, de me procurar, de olhar, de pensar. Qualquer coisa que você faça, para mim, é o suficiente a voltar a sentir aquilo que já senti. A voltar a sentir tantas sensações e emoções misturadas. Algo bom e ruim ao mesmo tempo. Nem tanta coisa ruim, mas é o meu medo falando alto, o meu medo de sentir-me traída. Não no ato, mas traída por mim mesma, por estar errada novamente, e sabia que eu estava errada. Realmente eu deveria de fugir desse mundo, ou então parar de sofrer tanto, pensar tanto. Talvez você não precise parar com nada, quem precisa mudar seja somente eu. Sabe, nesses momentos de voltas, de ficar pensando demais sobre fatos passados, e imaginando situações futuras, adversas. Meu Deus, caio em mim nesses momentos dos quantos lugares já fui, dos quantos já repeti, dos lugares que chorei, dos que sorri, dos que te imagino lá, dos que nem sei se existem, mas lá esta você, e cada vez mais perto de mim.


Você tem que começar a parar com isso! Parar de estar na minha mente, de me atormentar nos meus sonhos, de ficar falando coisas doces na minha imaginação. Eu já disse que não te quero mais aqui, e que não suporto mais o seu grude sobre a minha pele. Ela já esta ressequida de tanto eu me derreter chorando pelas tuas ausências, por cada falta no meu tempo que você faz. E a cada desaparecer na minha mente, a cada novo esconderijo que você encontra dentro dela é algo absolutamente irresistível, e o seu cheiro fica impregnado dentro do seu segredo. Você precisa urgentemente parar de estar dentro de mim. Eu já não suporto mais agüentar-te aqui, sofrer assim. Eu sempre fico angustiada com tudo o que você me permite fazer, e com o que eu deixo você cometer comigo. E esse afloramento de amizade cada vez mais me deixa entorpecida. Eu me vejo cada vez mais em maus lençóis, em meus lençóis.


Você tem que começar a parar com isso! E eu me decaio nessa solidão de não ter-te e possuí-lo ao mesmo tempo, mas você não esta em minhas mãos, nem mesmo sei onde você esta. Eu canso de não saber e saber demais, e essa minha antítese de amar-te, e odiar-te, me recolhendo todos os dias, em que a chuva dói muito mais do que o amanhecer com um solzinho de veraneio. Dói muito mais pela incrível emoção que isso me passa, do que a minha angustia de esperar e ficar aqui, atirada como cão esperando por dono. E nos invernos me consomem as tuas faltas, e cada vez mais elas me matam. Eu queria poder lhe ter aqui, ao meu lado, para estar afagando minha cabeça no sol, e poder fechar os meus olhos sem ficar torrando as minhas horas pensando no que eu deveria de fazer para você. Queria poder estar um pouco menos desconfiada do que o meu estado normal fica, mas com você assim, longe de mim me deixando sem saber que passo eu darei, não sei nem me movimentar direito.


Você tem que começar a parar com isso! E cada vez mais eu me convenço da minha afirmativa, eu desço os degraus e não sinto mais nada além do teu carecer aqui, e já me disseram que você não vem mais, que você não há de nunca vir, mas você sempre reaparece na minha cabeça, e não me largue, por favor, jamais me deixe. Dizem que eu não lhe verei além da única vez que te vi, e meus olhos ríspidos de medo, nem conseguiram uma sintonia entre a minha mente e a minha visão, mas você estava ali, não me confundo mais.


Tenho me confundido na tentativa de te decifrar, todos os dias. Mas confuso, perdido, sozinho, minha única certeza é que de cada vez aumenta ainda mais minha necessidade de ti. Torna-se desesperada, urgente. Eu já não sei o que faço. Não sinto nenhuma outra alegria além de ti. Como pude cair assim nesse fundo poço? Quando foi que me desequilibrei? Não quero me afogar: Quero beber tua água. Não te negues, minha sede é clara.

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