quarta-feira, 1 de julho de 2009

Bullet The Blue Sky





E os céus mostravam as balas lançadas nos dias de guerra. Sangrenta e dolorosa, que foi sendo curada pelas dores do passar do tempo. E a ferida ia consequentemente diminuindo até parecer devassa aos pensamentos, mas estava viva e quente, ardia quando lembrava das velhas fotos e notícias que antes trazidas por quem amava. E iniciava uma guerra dentro de mim, uma batalha insana de medo e insegurança em várias partes. Ia atacando e sufocando conforme se alastrava pela laringe e chegando no início da boca. Lembro-me de não conseguir respirar mais, porém o intuito da luta era atingir os neuros? E chorava ao relembrar da falta de dedos e tatos. E eu precisava de uma luz, de algo que pudesse dar um caminho, mostrar uma solução, de uma idéia para acabar com a primeira guerra dentro de mim. A batalha de estar viva ainda, e lutar por algo a mais. E de amor o homem vive, ele tenta sobreviver, mas mata-se se não consegue, enlouquece a alma e desnorteia para qualquer lado e ambiente. Gostava do tempo em que não sabia ao certo o que sentia. Assim sinto mais aflição dentro de mim, e quando descobri o que realmente batia e machucava, foi um impacto que ninguém crê dar certo. E oceanos escorriam pelas maçãs do rosto. Ah! Se a coragem fosse minha amiga, não teria problemas com as ações. E assim foi-se indo, passageiro como as formas da lua, cada momento um modo. Nessas idas e vindas minha vida desandou, caiu a obscuridão. E ainda chorava pensando se poderia, um dia, ela virar a cara para mim. Olhava o jeito da moça que um dia acendeu minha vista. Amável como as flores do campo e os cremes com morangos. Então, em um dia de total eloqüência, resolvi parafrasear o já escrito nos lábios e mentes de todo e qualquer apaixonado. Sai em busca de palavras, mas dentro de mim elas se escondiam e nada surgia. Em momento algum as encontrei, e corria contra o tempo e espaço na busca constante e cansativa das palavras certas, aflição cada vez maior, poderia não ser compreendido. E se não entendesse a minha falta de palavra? Dormi por dois dias e duas noites, e fui acordado. Arregalei os pretos olhos que me pertenciam. Bati minha íris nos perdidos e pequenos olhos dela. Para que mais eu gostaria de algo? Talvez minha falta de palavras tenha influenciado algo dentro da moça. E do silêncio descobri uma boa maneira de amar. Uma sintonia recíproca entre ambos os sobreviventes. Coração que antes brigava e virou guerrilheiro dentro de mim. E sobrevivi aos raios do amor.

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