quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Ser mesmo professor?




Sabes o que acontece?


A hierarquia profissional virou-se de cabeça para baixo, o que antes não era tão importante, hoje está no topo da pirâmide, e o que antigamente era de suma importância, não presta mais. Como graduanda em Letras, não fui a mais excitada pela educação, até pelo fato de não me interessar muito a licenciatura, porém não posso discordar quando ouvi de uma professora que: Atualmente, professor não tem mais a admiração como antigamente, se quer ser admirado pela sua profissão, então mude da curso universitário.

A moda agora é ser médico, para salvar vidas, ser importante até o último minuto de vida que alguém possa ter. Ou então ser advogado, para honrar a justiça, ser a balança, o justiceiro. Também é notável ser veterinário, arquiteto, engenheiro (desde que a construção não desmorone, ou vá por água abaixo), designer, estilista. Porém, ser professor, é quase uma vergonha. É a última profissão escolhida por muitos, ou quando você decide seguir por este ramo, lhe perguntam se temos certeza de nossa decisão.

Parece ridículo tentar batalhar para a melhoria da educação brasileira, até pelo fato de que ganhamos bolsa de incentivo a formação de professores, justamente por ninguém mais querer se arriscar a brigas escolares, apanhar de alunos, ser tachada de “sem marido, sem coração, sem família, sem vida social“. Além disso, é intrigante que a profissão do professor seja tão desvalorizada, simplesmente porque somos nós, meros professores, que formamos todos vocês, que damos a educação, o senso de justiça, que norteamos escolhas para serem médicos, advogados, juízes, promotores, dentistas, arquitetos, estilistas, empresários.

Somos a base de todos os seres humanos alfabetizados. Somos nós quem ajudamos subjetivamente vocês a escolherem o caminhos que querem seguir depois da escola. Somos nós, professores que passamos noites em claro, programando aulas, pensando com carinho no melhor modo de ensinar suas turmas, de ajudar a melhor compreensão, e mesmo assim, mesmo com todos os problemas que enfrentamos pelo governo, que não ajuda com as leis educacionais, assim como um salario ridículo, nós estamos sempre prontos para ensiná-los.

Professores que saem das universidades quase inexperientes, e vão se atualizando a toda a hora, para acompanhar o crescimento das crianças e adolescentes, para conseguir compreender o meio e dessa forma ensinar, que precisamos sermos pais muitas vezes. Ensinamos até o que não é do nosso currículo.

E quando paramos para pensar se algum dia ainda teremos admiração e reconhecimento da sociedade, lembramo-nos de todos os maldizeres que rondam a pessoa chamada professor, e sabemos que ainda falta muito para sermos reconhecidos como os profissionais mais importantes. Porque em campanhas todos querem ajudar os professores, ou fazem campanhas nas redes sociais pedindo para os governantes darem seu salário para os professores, porém não passa disso, nada além de falar, porque dá boca para fora é muito fácil, agora ir a luta, unir-se aos professores, já é demais, exige muito. Ninguém larga a comodidade de seus empregos para uma luta justa dos professores. Por isso que o governo “ajuda“ pelo menos na formação, dando descontos em forma de bolsa, e mesmo assim ainda é baixa a procura por essa formação, porque todo mundo quer ser reconhecido, mas reconhecimento não condiz em quantos jornais você irá aparecer, ou quantos dias a mídia lhe perseguirá, mas sim quantas vidas você estará salvando ou mudando da melhor forma possível.

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