segunda-feira, 1 de junho de 2009

Merci Monsieur




Prometo que desta vez não irei exaltar Paris, não irei declarar mais uma vez, depois de todas as outras o quanto minha paixão fugaz é imensa.

Paris, a cidade luz que me inspira e me condecora como a pessoa mais feliz de toda essa vida. Que me dispõe sorrisos emocionados, que me desprende lágrimas de todas as paisagens que já vi. Paris que me arrepia ao ver que ainda existe tudo o que eu sempre sonhei em ver naquele canto do mundo. Paris das imagens, Paris da vida bucólica, Paris dos meus olhos, dos meus abraços, das minhas saudades, das minhas saudosas caminhadas. Paris para mim é como o sol brilhante no inverno e caloroso, sonho. Lá vejo cada vez mais de que estou certa sobre as pessoas da minha vida, e sobre a minha solidão transfigurada. Aprendi que sonhar com Paris me ensinou também a viver a minha a minha solitária e pequena vida. Aprendi que planejar os dias em Paris me deixa com brilhos nos olhos. Esperança meu amor, é isso que meu corpo e minha mente se resumem, e se resumiram por um tempo em que programei, pensei, e executei, afinal de contas, tudo rodeava no fato de que eu iria planejar.


Paris dos amores para mim foi o momento de reconhecer que eu viver sozinha é muito melhor e mais fácil do que tentar dividir todos os meus momentos e tempos com alguém, principalmente se eu estou tentando compartilhar algo que esta uma bagunça onde nem eu mesma sei entender o que esta acontecendo. Também, entender o que se passa comigo, em tempos de crise mundial, e corporal, é quase que tentar entender o motivo exato de como veio o homem ao mundo. Os amores existem para as pessoas certas, e a pessoa certa nem vem ao meu encontro, e por agora, nem quero encontrá-la. Eu estou amando, amando esse meu tempo de solidão. Os amores alheios já não me incomodam mais. Paris me ensinou a não me preocupar com essa falta de alguém ao meu lado. Ela me ensinou que primeiro eu tenho que me descobrir para algum tempo depois descobrir o que eu ainda preciso em alguém. E nesse tempo, amores não mexem comigo como antes, meu coração esta quietinho e quentinho sozinho.


Paris das amizades era ver os pic-nics nas praças, pontes, castelos, igrejas. Amizades que me fazem falta, e que latejam tanto nos dias de frio e chuva. E caminhar por lá, dava uma certa e constante falta das minhas graciosas amizades. Aos meus amigos de grandes bobagens para fazer pic-nics regados a vinho e muita porcaria. Aos meus amigos de grandes revoluções e culturas mil, onde o Louvre, Versailles, D’Orsay, e os Invalides era pouco, ou então muitas historias e divertidos mistérios que nem em uma semana se termina de descobrir. Amizades de suporte, onde Paris seria a primeira a ajudar a suportar todas as dores, todas as alegrias que ela também proporciona. Paris para recomeçar ao lado de grandes amizades. Paris que é a amiga mais esperada e inesperada para algumas partes. Esperadas por todas as coisas que se tem por lá, e inesperadas pelas sensações que ela te oferece. Paris complementada com as minhas amizades brasileirinhas seria a formula mais correta para eu me ser ciente de que eu estou viva.


Paris da minha coragem, que se sobressaiu tão bem quanto o esperado. Minha mente que suportou a todas as pressões de se forçar a falar o Frances, o inglês, que depois de tempos sem falar, deu certo. A minha coragem iniciou antes mesmo de eu embarcar para o longe, mas em Paris... Em Paris meu bem, lá as coisas são diferentes, sem os problemas aparentes comuns, e com a intenção de novidade. Talvez mesmo morando lá as coisas seriam de novidade. Paris da minha coragem que eu tive antes de viajar, de acabar com coisas cômodas e antigas, de desvencilhar de pessoas. Coragem que eu precisava antes. E somente sonhar com Paris que eu cheguei nesse estagio. Essa coragem que me amortece, que agride o próximo, mas que é o mal necessário.


Paris dos meus estudos e complementos, onde olhar as praças, os castelos, os museus, ver as telas, as estatuas, ver os jardins, as pontes. E lembrar-se das historias, lembrar da professora de historia contando tudo, e olhar aquilo, quando sempre se pensou ser algo fictício é mais do que mágico ou emocionante. E o melhor de tudo, conseguir passar isso para quem esta ao seu lado, é muito mais indescritível.


Paris para meus amores... Eu sei que minha saudade é muito maior agora que já te vi por todas as entranhas. Paris para mim, para o corpóreo, o almejar, para o dia e a noite que se alinham no alaranjado céu que demorou tanto para escurecer, e justo naquela torre que sorri com o inocente sorriso de criança e o mistério absoluto da técnica de La Gioconda. Amo-te Paris, assim como amo o meu tempo ai. Precisava acabar com o meu saudoso amor parisiense na cidade que se parece muito menos com a França, a Paris dos turistas onde de cultura francesa são só as ruas e museus. Minha Paris de pontes e travessas, sempre impregnada em meu coração.

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