quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Essa vida bandida


Minh’alma ainda dói, ainda sinto aquele peso dentro de mim, e aquele trauma corroendo as pernas, mexendo com a eloqüência. Eu queria um pouco mais de sensatez, um pouco mais de harmonia entre o corpo e a razão, que nem sempre parece estar viva, e se esta, há algum empecilho para que ainda sim, não haja harmonia. E a falta dela me mata, lentamente vai perfurando o tórax, chegando devagar, dolorido, quente no músculo, e atinge o coração, sem dó, sem qualquer tipo de amor. Eu ainda sinto, ou ao menos tento sentir, esquecer aquilo que me matou e mata. Tento esquecer o que perdi, perdeu, e não conseguiremos mais. Eu sempre tento, deveria de passar desse estagio, mas é aquele medo, aquela angústia, aquela desgraça alheia, que a empatia trás para você, e unicamente você, carregar pelo outro. E no final, quando tudo esta bem, sempre há algo perdido, algo que não cola. E nada cola um coração moído, quebrado, despedaçado. Nada vai juntar as peças novamente, e acabamos dessa toada, essa tortura de amar errado e nem pra isso servir.


Soneto da Tristeza

"Por favor tristeza dá um tempo
para que eu possa me restabelecer
sentir o que vai dentro da minh`alma
o que se passa no interno do meu ser
Não me deixes pelos descaminhos da vida
sem um farol que ilumine minha ação
sem um estímulo que me dê guarida
sem a mão que estende e afaga o coração
Ainda que eu ande sem rumo,
talvez à procura de algum elo perdido
ainda assim me conservarei no prumo.
Ainda que o medo me entorpeça
e que eu fique completamente amargurado
acenda-se a chama do amor, antes que eu feneça."
Guida Linhares

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