quinta-feira, 1 de outubro de 2009

(Não) Era amor!




Você um dia ainda vai compreender o quanto era diferente a tua pessoa para o meu semblante...



... Antes eu não te admirava, não era fiel a qualquer palavra que saia da sua boca. Para mim, elas eram as mais introspectivas e desinteressantes. Aliás, nunca passaram disso. Não era a falta de senso de humor. Não era a, talvez, falta de carinho. Não era nem a falta de certas horas ficar distante. Muito menos qualquer coisa que tinha em seu mais íntimo e pessoal. Para mim, nunca foi à falta, muito menos o excesso. O seu pecado cometido foi transformar-me na mais ridícula humana procurando agulhas em palheiros. Sair às pressas atrás da sua própria sombra, e por entre os carros tentar descobrir o seu. Foi tentar analisar o que não podemos sair às escuras tentando enxergar. Nos meus momentos mais calmos, eu era o individuo mais pé no chão, mais realista, mais vivo. Isso não me machucava, não me deixava surtar drasticamente. Eu em meus dezenove anos vividos, talvez entre os dezoito e dezenove, eu tenha sido realista demasiadamente, coisa que nunca fui. Não sei se isso é bom, ser realista demais as vezes seja um pouco péssimo para uma sobrevivência solitária.


Eu nunca quis ser o suficiente em “não ser eu mesma”, ou em outras palavras, esconder-me por medo de não ter-te. Eu não tinha o medo de te perder, porque nunca foi objetivo meu ter você me envolvendo. Aliás, fazia tempo que não tinha objetivos passionais. Por algumas horas, foi bom passar um tempo sem objetivos relacionados ao coração. Pelo simples motivo de que, quando se tem uma meta do coração, você, quando acaba a situação, chora, grita e não tem mais o desejo de amar novamente. Essas coisas relacionadas ao coração sempre são catastróficas quando elas se partem e se vão.


Foi aos poucos, tendo-te, e querendo-me que eu sustentei o que “contive”, e mesmo de inicio não querendo, acabei cedendo. Mesmo sem ter as palavras que eu gostaria de ouvir. Sem ter os momentos em que quis me imaginar. Sem estar nos dias em que gostaria. Você ficou presente, e de presente me teve. E de presente, muito bem embalado, meu coração se mexeu como uma bala de canhão. Mas ele se contem quase sempre, quero dizer, eu o contenho. Ele ama desesperado, bate como louco a porta em dia de chuva. Chora como criança recém-nascida. Ele é fora de si quando vê quem quer, e quando não vê quem quer ele voa para procurar o indivíduo. Você foi desembalando vagarosamente o meu embrulho, e com o nada que você tem, você fez tudo o que poderia fazer comigo. Fez com que eu perdesse minha cabeça, meu coração. Minhas pernas tremiam, meus olhos baixavam com o medo de ver-te. Talvez minha voz mudasse para que eu ficasse mais carinhosa com a sua pessoa. Mas você, você nunca teve nada que me atraísse. E por mais que nada estivesse nesse seu corpo, no meu tom de pele, o vermelho era destaque ao ver-te.


Aos tempos em que eu me via mais livre e mais pensante, me sentia melhor. Você entrou como erva daninha dentro do meu coração. Onde de inicio pensamos que é flor, quando vai crescendo passa a ser erva e no final destrói a grama e flores ao seu redor. Você foi semeando em meu coração sementes de consideração e amizade. Enchi-me de respeito pela tua pessoa e isso, a meu ver, é muito mais importante do que um mero amor. Não levo amor como algo para sempre ou então como algo inabalável. Para mim o respeito que um sente pelo outro é válido como prova, como algema para uma vida. Prender-se, ou desejar prender-se na vida e alguém é dramático. Porém, mais dramático do que isso, é plantar amor nos corações de quem você, já não deseja amar, ou então amou, prometeu e largou.


Não te pedi nada. Não prometi. Não vulgarizei. Não fui nada além do esperado, talvez até tenha sido um pouco abaixo dessa faixa. Mas jamais disse algo que não passava das minhas verdades. De outra maneira, minhas verdades sempre me sobressaem sobre tudo na minha vida. Minha maior verdade foi que te amei constantemente no meu mais fundo sentido vital. Eu te amei tanto, que não reconheci isso de início. Amei-te tanto que tentei não te amar, por mais que isso fosse bobo. E você me jogou de lado, atirou para o mais invisível canto do teu coração. Esqueceu-me, e me tratou como trouxa. Eu apenas queria te dar um significado maior de paz, de amor. Dar-te-ia um pouco de felicidade quem sabe, ou então meros minutos de risos. Todavia, o que eu tinha não passava de coisas simples e tuas. Reservadas para ti. As quais, tu não viste, e não deixou eu tentar mostrá-las. Eu te amaria mais se não fosse pesado agüentar isso. Eu te daria mais dias ensolarados se não fosse tão distante de mim. Eu lhe proporcionaria mais sentido nos dias se não fosse tão enganador e ridículo comigo. Eu lhe queria, pois agora, não quero nem saber seu nome.

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