quarta-feira, 15 de outubro de 2008


E o que faz você viver por anos?

Ter uma felicidade eterna?

E viver para que? Se não há para com quem dividir, rir, conversar, gritar, discutir. Porque não é somente de coisas esplêndidas que o homem vive. É disso que o ser precisa, de alguém que lhe compreenda, ou tente pelo menos em alguns instantes compreender. Que esteja ali, presente em alma, não necessariamente em corpo, mas que seja a parede estrategicamente montada, e que nesse ‘plano’, seja mais inesperado do que aquele que segue completamente as regras. Amor de pai, mãe, irmãos, família, amigos. Não são esses amores que conseguem fazer o homem viver, é preciso de algo a mais do que o amor fraternal e familiar. Aquele carnal, passional, fugaz, ardente, silencioso e mortífero. Esse amor que corroe a alma em épocas de chuvas longas, ou de calor de deserto. Quando distante, cria raízes de saudade, quando perto cria descaso de muito tempo junto. Mas sempre é o mesmo ato. Que vai se enraizando, criando força depois de algum tempo, e quando chega ao seu ápice, arma-se uma nuvem dourada, aquela paz transcendental, um calor fervoroso, uma sensação de vida mais viva, de cores mais intensas, de música estourando dentro de si e um arrepio com cada coisa que aconteça. O toque, o cheiro, os olhos. E tudo isso criado por somente e exclusivamente uma única coisa. Que mexe com todos, que cria expectativa, que faz as pernas balançarem, que anima e clareia o dia.


São braços, pernas, cabelos, tudo que, em conjunto mexe, e nem se quer faz parte se é interessante ou não. Gostoso quando dá certo. Porém até os não-correspondidos são adoráveis. Eles abalam como qualquer outro. Mesmo sendo de apenas um, dá o seu ar da graça e cria outra atmosfera. Os platônicos, os sensuais, os momentâneos, os que nem sabe se é amor ou não, mas estão vivos de alguma maneira. Amor expresso por palavras, por timidez exagerada ou até por silêncio.


Nem Whitney Huston, nem Toni Braxton, muito menos Jazz, Blues, La Vie En Rose, consegue descrever o indefinível amor. A extraordinária certeza é que concordo com Beatles, é que você precisa de amor. E cada amor que nasce, mais gracioso fica. Pode durar anos a fio, pode ser por um dia, alguns minutos de olhar apaixonado por alguém que tenha certeza que nunca mais verá, mas foi amor. Amor desesperado, aqueles que duram somente em festa, outros que levam nada mais do que quinze minutos ou que perduram somente uma noite e nada mais.

Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer; É um não querer mais que bem querer; É solitário andar por entre a gente; É nunca contentar-se de contente; É cuidar que se ganha em se perder; É querer estar preso por vontade; É servir a quem vence, o vencedor; É ter com quem nos mata lealdade. Mas como causar pode seu favor; Nos corações humanos amizade, se tão contrário a si é o mesmo Amor?

2 comentários:

Unknown disse...

“Mais do que AMOR, do que dinheiro, do que religião, do que fama, do que justiça, me dê a verdade.” - H. Thoreau

Pet disse...

lindão lindão, tu sabe minha opinião já, mas esse que tu sabe quem é é um zé ruela
ashusauhasuhas ;)

(L)