domingo, 19 de outubro de 2008

Espero que o fim da tarde venha com você


Agradável como o vento que batia lentamente no rosto e dava um favorecimento para e felicidade. E sorria para o nada. Sol levemente nos olhos, mas isso não incomodava nada, talvez fosse melhor ter uma luz entrando na mulher. E a brancura mostrava a ingenuidade feminina que ainda existia nela. Lembrava do mórbido passado, que foi enterrando e nunca mais visto. Esqueceu p que havia vivido, seu coração nunca acendeu como antes, e respirava aliviada, sem tanto peso como antes o ar entrava em seu corpo. Nem sei quanto tempo demorou para cessar aquela dor que sentia dentro do coração, mas ela era obsoleta agora, nua e crua, onde não havia mais problemas. Estava livre, e o penhasco fornecia a liberdade necessária. Sentiu um vento correr nas suas costas e abriu os olhos. Virou-se e sua íris desenhou aquele a qual pensou um dia pertencer. Baixou a cabeça e voltou a olhar o vale. Transpassou os braços até fechar a silhueta dela, encostou a cabeça no ombro da mulher. Eterna dor que voltava agora e parecia não sair, por aquele momento sabia que seria impossível curar o furo que novamente se abria. E o perfume espalhava pelas narinas dela, o cheiro que não havia fugido do senso olfativo feminino. Descobriu que ainda o amava, mas até ontem pensava que havia esquecido. Porque isso tudo mais uma vez? Machucar-se-iam novamente? Torceu a cabeça para o lado oposto da cabeça do homem. Girou e saiu dos braços dele. Ficou esperando alguma outra reação dela, porém nada saiu na expressão. Caminhou para o longe e o deixou sozinho. E nenhum outro pôr-do-sol foi tão mortífero quanto um adeus de olhos.

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