quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

I la ri la ri la ri ê Ôôô


Existem certas músicas que nos remetem rapidamente para a nossa infância, e isso inclui recordações bizarras sobre vários fatos passados, que estão muito bem vivos em nossas mentes, principalmente os fatos que queremos apagar completamente de si e de todos os pais, tios, primos, irmãos, cães, e qualquer outro individuo que esteve presente e ainda te atormenta sempre quando se reencontram e complementa com o ‘Como você cresceu...’ ou ‘Lembra daquela vez...’. é um carma que vai seguir a vida toda. Pode casar e vai continuar nessa mesma bagunça de infância.

Por exemplo, bem revigorante, quando se é criança, se dança de tudo, os pais acham lindo, apreciam as crianças dançando, felizes, mas seguindo ao pé da letra, se dança na boquinha da garrafa, onde as crianças pensam que é na boquinha da garrafa, já para os mais velhos (diga-se de passagem, acima dos 15 anos atualmente, porque até há algum tempo atrás podia-se dizer acima dos 18 anos). Ver a Xuxa, na sua época não tão plastificada nem repuxada, cantando Ilariê ou Tindolelê, com aquela parte de ‘Todo mundo ta feliz? Tá feliz! Todo mundo quer dançar? Quer dançar!’. Ou então, segurar o Tchan, não era o que a letra dizia, ou quer dizer, porque para os ouvidos das crianças nada é como é ou se diz, sem maldades. Essa inocência é tão bonitinha, ver as crianças dançando e brincando. O que hoje já nem existe mais entre as crianças.

Hoje, ninguém mais faz a velha e famosa dança da cadeira, que durava quase que todas as festinhas de aniversario, as meninas não colocam mais as garrafas de refrigerante (antigamente, e do tempo das garrafas de dois litros de vidro. Já para as pequenas, as garrafinhas de pichulinha) em linha dançando até a boquinha da garrafa. Ou então brincavam de passar o anel por entre as mãos e descobrir com quem esta o anel. Ou então, como tradição aqui no Sul do Brasil, rodar os vestidos de prenda e ver qual ficava mais estendido. Ou qualquer coisa desse tipo, que quando éramos crianças (da ultima geração anos 90, chegando até 96). Meu irmão é de 1996, e nem sabe o que são essas ‘coisas’ de que falo. as crianças de hoje em dia não tem mais o poder de dizer que faziam essas coisas, que brincavam de bola, andavam de carrinho de rolimã com os primos nas lombas, que brincavam de lojinha, usando os próprios brinquedos. Ao invés de gastar horas nos computadores, jogando freneticamente, nem sabendo se é dia ou noite, se esta chovendo ou não.

Falando em chuva, como eram gostosos aqueles banhos de chuva no verão, ou então quando, depois de insistir tanto, a mãe liberava a mangueira para ficar horas banhando-se. Guerrinhas de bexiguenta era quase que certo nos verões. E fazer ‘essências’ com flores secas, misturando com água, e xampu, era ótimo, e faziam as tardes parecerem perfeitas. E agora as tardes gastas na frente de telas, jogando futebol (sem ter que usa os pés, sem correr e sujar a roupa, sem se machucar.) , ficam jogando joguinhos de montar casa e controlar pessoas, enquanto as Barbie’s ainda estão presas nas lojas. Era muito mais divertido inventar as historias e pensar que são reais, ficar trocando e montando penteados e roupas para as bonecas.

Antigamente (no meu tempo, e sem constrangimentos sobre idade, porque de nova eu ainda me encontro nessa fase, mas vivi no século passado pra ver a diferença), as meninas eram amigas dos meninos, andavam juntos sem problemas, hoje se encontramos meninos amigos de meninas, ou são casais, ou são namoradinhos, ou, os pais estão achando bonitinhos e que irão casar depois. Não existe mais amigos, sendo que tão taxados de gays e afins.

É, realmente não existem mais os velhos e longos tempos, de tardes na rua, correndo e saracoteando sem problemas. Talvez essas lembranças também nunca mais serão importantes aos ouvidos dos outros da próxima fase. Mas para nós, de noventa e os de antes de noventa, tudo isso sempre será e vai continuar sendo momentos de peripécias incríveis e momentos insubstituíveis, onde não havia preocupações com a vida e o sexo oposto, muito menos com o próximo minuto. Essa fase de criança é o que mais anima em pensar em viver. E ser criança é bom mesmo...

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